sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Balanço

Balanço, Nelson Baibich em: http://nelsonbaibich.blogspot.com/

Hoje não vou fazer um poema,
nem vou olhar a magnificência de teus olhos e duvidar da cor vermelha das veias oculares abaixo de tua sobrancelha.

Ou medir os centímetros de distância entre teu nariz e tua testa, as infinidades de pintinhas que beijei entre elas.

Atualmente não quero falar de teu ventre, de tua virília, dos pelos que nascem dourados antes da colheita no instante em que a lua míngua e desaparece na penumbra da noite de segunda feira.

Nem vou desligar o rádio quando tu chegares depois de todos os balancetes, traços e palavras que tentam unir a insanidade mental à biodiversidade levando em conta, sobretudo, o conforto e o lazer dos grandes conglomerados urbanos.


A poesia tá fechada pra balanço.
Balanço de rede,
coração abraçado ao teu.

Cotidiano

Woman, Old Man and Flower, 1924 de Max Ernst



Será uma lágrima o suor escorrendo em tuas pernas?
É vento o sopro que sai bem embaixo de tua língua?
Ou dia o sorriso de teu rosto acordado engelhado de meu travesseiro?
Som de moita noturna – relevo alto,
fonte de forte mordida como um copo de leite
ou uma cerveja gelada.
Lindo é ver teus pelos espalhados
no ralo de minha pia;
te tive de manhã e é mais do que a institucionalidade do nojo de um cabelo caído
de um couro cabeludo que tanto gosto de afagar.
Cabeleira de fogo
deixa eu cheirar teu sovaco essa tarde
logo depois do almoço,
quase na hora de jantar.

Alça de camisola

Brune Odalisque, 1745 de François Boucher

Amarra a barra da alça
acorda que a corda te enlaça
prende-te sobre os cotovelos
se vira de costas assopra.
Água que molha a cama,
semente, que vai e levanta,
é quente, morde, aperta,
caminha o vento e trás
poeira da rua, espirro, jambeira
flauta que entra na boca,
espalha a música secreta,
nas flores bordadas do teu lençol.
É lenço, silêncio e apito.
De tarde da noite um grito
o ronco do  galo é rouco,
teu abraço um despertador.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Biu das Tapiocas


O som do telefone tarde da noite despertou o sono profundo de Cleide. Coração palpitava. Quem seria? Algo de muito grave?

 – Senhora, o seu carro é um Uno Mile prata Placa CZL  5469? 
- Sim.
- Ele foi achado aqui do lado do edifício Nova Clotilde.
- Mas eu moro nesse prédio e o deixei estacionado na frente dele.
- O problema parece que você deixou o freio de mão solto, e ele está do outro lado da rua. Outro veículo foi afetado, nesse caso, o meu.

Cleide, então, entendeu a situação. Desceu as escadas, pensando sobre como seria mais fácil ser homem nessas horas. Sentiu-se frágil, insegura. Imaginava todo o roteiro. Ouviria dois minutos de gritos até a perícia chegar e concluir o óbvio. Que o acidente realmente foi culpa dela. Teria que agüentar mil e um olhares recriminando o fato dela ter esquecido de acionar aquele estúpido pitoco da alavanca do freio de mão. Já estava com raiva por antecipação. “Esse fela da puta, deve ter uma mulher mal comida em casa e vem arrumar confusão pro meu lado”. Queria culpar o fabricante do carro. O maldito telefone. Então achou que tudo de ruim na sua vida tinha uma conexão comum. Os homens. Foram eles que inventaram as merdas do carros, são todos idiotas. Idiotas, que vivem num mundo paralelo. O maravilhoso mundo de Nelson Piquet.

Com o olhar de mulher braba, dois punhos cerrados, lábios que de tão firmes e fechados, mais pareciam um bico de pato, abriu a porta do prédio e foi em direção ao homem que a esperava ao lado de um fusca amarelo com as portas amassadas. 

- Minha senhora, eu adoro mulher com os bicos do peito rosados, mas faça o favor de levantar um pouco seu vestido.

Puta que pariu! Havia saído com tanta raiva e desespero que simplesmente se esqueceu de trocar a camisola. Porém, pensou rápido. Caralho, não perde a pose. 

- Meu senhor, me desculpe pelo ocorrido, mas a essa hora da madrugada não terei como esperar a perícia chegar. Sou professora e amanhã tenho aula às sete da manhã. Mas como você viu, eu moro aqui na frente. Deixo meu telefone e amanhã você resolve tudo com a seguradora.

- Veja bem, o problema meu é o seguinte. Eu dependo desse carro para pegar o material do meu trabalho. Tenho uma banca de tapioca e logo cedo tenho que passar na Ceasa e comprar coco e farinha. Minha mulher faz as tapioca em casa e saio às cinco da tarde pra vender na faculdade ai da frente. Se a senhora fizer o favor de me deixar usar o seu telefone pra eu avisar pra Vando meu cunhado pra ele vim me pegar aqui e me emprestar o carro dele, é nenhuma. Agente resolve depois.

- Tá

Ressabiada por está sozinha teve que se garantir pelo instinto. Calmamente, entrou no carro, estacionou no lugar de sempre. Puxou forte o freio de mão. Vingança.

Pode entrar. Olhou pra seu Manuel, o porteiro. Ele fez um sinal com a cabeça, como quem diz, “qualquer coisa é só gritar”. Caminhou até o seu apartamento. O telefone ficava no balcão da cozinha. Ela abriu a porta de serviço, entrou seguida pelo homem das tapiocas.
Ele a olhava de cima a baixo. 

- Alô, Vandu. Sou eu. Biu.
- Ó uma dona aqui bateu no meu carro, tou aqui na casa dela ai vem me pegar pra amanhã eu levar logo cedo na oficina.
- É muito.
- Tá bom. Se preocupe não, só avise a Zélia que não vou dormir em casa então que vou levar o carro na oficina e amanhã apareço lá virado.

Deu um sorriso safado e desligou o telefone.
- Dona, a senhora vai me quebrar um galho. Me dê 30 reais pra eu pegar um taxi até a oficina. Eu tinha me programado de ir pra casa já, minha mulher tá me esperando lá. E sabe o que é Dona. Que tenho que comer minha mulher todo dia, senão ela me reclama. E a senhora? Seu marido deve tratar bem a doutora.

Surpreendida com a súbita intimidade, Cleide laconicamente respondeu:
- Eu não tenho marido.

- Mas dona, a senhora me desculpe, mas o que uma mulher gostosa como você tá fazendo sozinha por ai. Se eu fosse seu macho eu tava essa hora te enrabando e depois te chupava a noite toda.

As palavras “enrabando” e “chupava” foi como duas gotas de vinho num copo de água. Lentamente iam se espalhando e esquentando a transparência frígida de sua pele. Na hora imaginou aquele sujeito de bigode, penetrando a sua língua bem ao fundo de sua carne. Praticamente bigode com bigode.

Foi ai que ela resolveu virar o jogo. Fechou a porta da cozinha e agarrou o vendedor das tapiocas pelo braço. Comeu ele de tudo que é jeito. Ela mordeu, bateu, apertou, arranhou e gritou. Tão alto que seu Manuel pensou por um instante em chamar a polícia. Mas só por um instante, pois logo reconheceu com uma ponta de inveja que aquela gritaria não parecia ser de medo. Era felicidade.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Edward Weston


Um dos maiores nomes da fotografia estadunidense do século XX. Site oficial: http://www.edward-weston.com/












A Poesia de Vinícius de Moraes para a Mulher de cada Signo*

*por Alma de Mulher em: http://ganheidabalanca.com.br


Recomendação de Rafinha, ou melhor Rafaela.


Vinícius de Moraes, um dos maiores Poetas que o Brasil já teve e , que entendia bastante de Mulher, basta ver que foi 9 vezes casado, distila toda a sua Poesia e Verve; ao descrever as Mulheres de cada Signo. 
                                                                             
                                           


- A mulher de Áries
Branca, preta ou amarela
          A ariana zela.
          Tem caráter dominador
          Mas pode ser convencida
          E aí, então, FICA uma flor:
          Cordata… E nada convencida.
          Porque o seu denominador
          É o amor. O que é que brilha sem
          Ser ouro? -




 A mulher de touro!


          É a companheira perfeita
          Quando levanta ou quando deita.
          Mas é mulher exclusivista
          Se não tem tudo faz a pista.
          Depois que dona de Casa…
          E a noite ainda manda brasa.
          Sua virtude: a paciência
          Seu dia bom: a sexta-feira
          Sua cor propícia: o Verde
          As flores do seus pendores:
          Rosa, flor de macieira. 




A mulher de gêmeos


          Não sabe o que quer
          Mas tirante isso
          É uma boa mulher.
          A mulher de gêmeos
          Não sabe o que diz
          Mas tirante isso
          Faz o homem feliz.
          A mulher de gêmeos
          Não sabe o que faz
          Mas por isso mesmo
          É boa demais… Você nunca avance.
          
Em uma mulher de câncer.


          Seu planeta é a lua
          E a lua, é sabido
          Só vive na sua.
          É muito apegada
          E quando pegada
          Pega DA pesada.
          É a mulher que AMA
          Com muito saber
          No tocante à cama
          Não sei lhe dizer… 




A mulher de leão


          Brilha na escuridão.
          A mulher de leão, mesmo sem fome
          Pega, Mata e come.
          A mulher de leão não tem perdão.
          As mulheres de leão
          Leoas são.
          Poeta, operário, capitão
          Cuidado com a mulher de leão!
          São ciumentas e antagônicas
          Solares e dominicais
          Ígneas, áureas e sardônicas
          E muito, muito liberais 




Se Florence Nightingale era Virgem


          Não sei… Mas o mal é de origem.
          A mulher de virgem aceita a amante
          Isto é: desde que não a suplante.
          Sexo de consumo, pães-de-minuto
          Nada disso lhe há de faltar
          O condomínio é absoluto
          A virgem é mulher do lar.
          Opala, safira, turquesa
          São suas pedras astrais
          Na cuca muita esperteza
          Na existência muita Paz. 




A mulher de libra


          Não tem muita fibra
          Mas vibra.
          Quer ver uma libriana contente?
          Dê-lhe um presente.
          Quando o marido a trai
          A mulher de libra
          balanças mas não cai.
          Se você a paparica
          Ela FICA.
          Com librium ou sem librium
          Salve, venusina
          Que guarda o equilíbrio
          Na corda mais fina.


  
Mulher de escorpião



          Comigo não!
          É Abelha Mestra
          É a Viúva Negra
          Só vai de vedete
          Nunca de extra.
          Cria o chamado conflito
          De personalidades.
          É mãe Tirana
          Mulher Tirana
          Irmã Tirana
          Filha Tirana
          Neta Tirana
          Tirana Tirana.
          Agora, de cama diz
          Que é boa paca.




       
          As mulheres sagitarianas


          São abnegadas e bacanas
          Mas não lhe venham com grossuras
          Nem injustiças ou censuras
          Porque ela custa mas se esquenta
          E pode ser muito violenta.
          Aí, o homem que se cuide…
          – Também, quem gosta de censura! 




A capricorniana é capricornial 
Como a cabra de João Cabral.
          Eu amo a mulher de capricórnio
          Por que ela nunca lhe põe OS próprios.
          A caprina é tão ciumenta
          Que até o ciúmes ela inventa.
          Mulher file está aí: é cabra
          Só que com muito abracadabra.
          Suas flores: a papoula e o cânhamo
          De onde vem o ópio e a maconha
          Ela é uma curtição medonha
          Por isso nos capricorniamos.  


Se o que se quer é a boa esposa
          A aquariana pousa.
          Se o que se quer é uma outra coisa
          A aquariana ousa.
          Se o que se quer é muito amor
          A aquariana
          É a mulher macho sim senhor.
          Porém não são possessivas
          Nem procuram dominar
          Ou são meigas e passivas
          Ou botam para quebrar.  


Mulher de Peixe.
Peixe é
          Em águas paradas não dá pé
          Porque desliza como a enguia
          Sempre que entra numa fria.
          Na superfície é sinhazinha
          E festiva como a sardinha
          Mas quando fisga um namorado
          Ele está frito, escabechado.
          É uma mulher tão envolvente
          Que na questão do Paraíso
          Há quem suspeite seriamente
          Que ela era a mulher e a serpente.
          Seu Id: aparentar juízo
          Seu Ego: a omissão, o orgulho
          Sua pedra astral: a ametista
          Seu bem: nunca ser bagulho
          Sua cor: o amarelo brilhante
          Seu fim: dar sempre na vista

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O jogo das celebridades

O  jogo é simples e se relaciona com o post astrologia entre quatro paredes. É um jogo bem individual. Pegamos seis celebridades de cada signo (três homens e três mulheres) e imaginamos a similaridade deles no ato sexual a partir da cosmologia em comum. E a partir disso quem quiser comparar com o próprio desempenho, da paquera, da parceira, do parceiro, que fique a vontade.

Leão
Madona
Letícia Sabatella
Halle Bary
Marcos Palmeira
Caetano Veloso
Rodrigo Santoro

Virgem
Luana Piovani
Leandra Leal
Malu Mader
Ronaldo
Richard Gere
Tony Ramos

Libra
Maria Zilda
Alessandra Negrini
Cleo Pires
Paulo Ricardo
Alexandre Frota
José Mayer

Escorpião
Luciana Gimenez
Daniela Cicarelli
Marieta Severo
Fábio Júnior
Lázaro Ramos
Reynaldo Gianecchini

Sagitário
Débora Seco
Vera Fisher
Scarlett Joahansson
Brad Pitt
Gael Garcia Benal
Carlinhos Brown

Capricornio
Alinne Moraes
Cláudia Arraia
Mel Lisboa
Ricky Martin
Jude Law
Selton Mello

Aquário
Maite Proença
Vanessa da Mata
Carolina Ferraz
Henri Casteli
Evandro Mesquita
Zeca Pagodinho

Peixes
Kelly Key
Carol Castro

Débora Falabela
Edson Celulari
Daniel Craig
Alexandre Borges

Áries
Juliana Paes
Adriane Galisteu
Ana Maria Braga
Roberto Carlos
Bruno Gagliasso
Antonio Fagundes

Touro
Betty Faria
Penélope Cruz
Uma Thurman
George Clooney
Cauã Reymond
Faustão

Gêmeos
Camila Pitanga
Ivete Sangalo
Angelina Jolie
Chico Buarque
Seu Jorge
Johnny Depp

Cancer
Monique Evans
Marisa Monte
Susana Werner
Otto
Wagner Moura
Dado Dolabella