sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Alça de camisola

Brune Odalisque, 1745 de François Boucher

Amarra a barra da alça
acorda que a corda te enlaça
prende-te sobre os cotovelos
se vira de costas assopra.
Água que molha a cama,
semente, que vai e levanta,
é quente, morde, aperta,
caminha o vento e trás
poeira da rua, espirro, jambeira
flauta que entra na boca,
espalha a música secreta,
nas flores bordadas do teu lençol.
É lenço, silêncio e apito.
De tarde da noite um grito
o ronco do  galo é rouco,
teu abraço um despertador.


Sem comentários:

Enviar um comentário